Fundação de Porto feliz; de Arno Koelnn Mondaí.
No dia seguinte iríamos inspecionar nossa terra na Linha Barra Escondida. Toda a familia seguia pela picada, rio abaixo, até chegarmos a um riacho que atravessamos passando sobre o tronco de árvore que alcançava de uma margem à outra. No outro lado ficava nossos dois lotes coloniais, com uma pequena parte de mato já derrubado, mas onde a capoeira já crescera novamente. Descansamos em cima de um tronco de árvore no meio da selva e ainda hoje vejo a imagem de minha mãe que, encarando a mata virgem, não resistiu às lágrimas. Nunca esquecerei esta imagem. Ela certamente pressentiu o que iríamos sofrer até alcançar um razoável bem estar.
Nós "homens" logo começamos a limpar um lugar para ali erguer uma barraca em que iríamos viver nos próximos meses até que seria possivel construir uma casa. O resto da familia, a mãe com as duas meninas, permaneciam durante este tempo na casa de nossos conhecidos na sede da colonização. Finalmente construímos o nosso primeiro rancho, porque a familia pretendia viver em conjunto o mais breve possível. Não podíamos cogitar em construir com táboas, ainda que existisse uma serraria na vila. Tornava-se impossível o transporte da madeira devido a inexistência de uma estrada. Desta maneira tivemos que lascar troncos de àrvores de forma artesanal para fabricar nossas táboas. Como não possuíamos nenhum conhecimento da madeira apropriada, este trabalho tornou-se bastante fatigante. Primeiro procuramos um tronco bonito e reto que depois de derrubado com muito trabalho, foi cortado em pedaços de um metro de comprimento na esperança de que essa madeira rachasse facilmente. (continuação segue)
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