sexta-feira, 3 de maio de 2013

INÌCIO NA MATA VIRGEM (continualção)

        Fundação de Porto feliz; de Arno Koelnn Mondaí.
     No dia seguinte iríamos inspecionar nossa terra na Linha Barra Escondida.  Toda a familia seguia pela picada, rio abaixo, até chegarmos a um riacho que atravessamos passando sobre o tronco de árvore que alcançava de uma margem à outra.  No outro lado ficava nossos dois lotes coloniais, com uma pequena parte de mato já derrubado,  mas onde a capoeira já crescera novamente.  Descansamos em cima de um tronco de árvore no meio da selva e ainda hoje vejo a imagem de minha mãe que, encarando a mata virgem, não resistiu às lágrimas.  Nunca esquecerei esta imagem. Ela certamente pressentiu o que iríamos sofrer até alcançar um razoável bem estar.
     Nós "homens" logo começamos a limpar um lugar para ali erguer uma barraca em que iríamos viver nos próximos meses até que seria possivel construir uma casa.   O resto da familia, a mãe com as duas meninas, permaneciam durante este tempo na casa de nossos conhecidos na sede da colonização.  Finalmente construímos o nosso primeiro rancho, porque a familia pretendia viver em conjunto o mais breve possível.  Não podíamos cogitar em construir com táboas, ainda que existisse uma serraria na vila.  Tornava-se impossível o transporte da madeira devido a inexistência de uma estrada. Desta maneira tivemos que lascar troncos de àrvores de forma artesanal para fabricar nossas táboas.  Como não possuíamos nenhum conhecimento da madeira apropriada, este trabalho tornou-se bastante fatigante.  Primeiro procuramos um tronco bonito e reto que depois de derrubado com muito trabalho, foi cortado em pedaços de um metro de comprimento na esperança de que essa madeira rachasse facilmente.  (continuação segue)

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