quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A Vanguarda (continuação)

...A partir de então o mato tornou-se mais tenso e o terreno mais montanhoso.  A estrada que levava à Águas do Mel (Irai), recém tornada transitável, era muito estreita e as curvas muito fechadas para veículos puxados por quatro juntas. Por isso de vez em quando, os homens eram forçados a ajudar, deixando apenas uma junta de animais para puxar o carroção. A 2 de julho chegou-se ao Rio da Várzea, o primeiro trecho estava vencido. Dez dias foram portanto necessários para vencer o trajeto de Neu-Wirttemberg até aqui. A viagem prosseguira, agora por via fluvial.
   A canoa que deveria transportar homens e carga rio abaixo possuía medidas excepcionais:  doze metros e meio de comprimento e proa de mais de um metro de largura.
    O proprietário, Francisco Borges, derrubara a timbaúba com raizes junto A estrada entre o Rio da Várzea e Iraí. Esse gigante da floresta impedira durante vários dias a passagem pela estrada.  Com a ajuda de seus filhos, Borges escavara o tronco, dando à canoa simplesmente o nome de "A Timbaúba".  Essa canoa de transporte fluvial passaria a ser a histórica canoa dos imigrantes de Porto Feliz.
    A 3 de julho a metade do grupo de colonos e uma parte da bagagem partiram na Timbaúba.  Eles tiveram sorte: a cheia aplainara as perigosas cachoeiras do Rio da Varzea até a sua foz e a viagem prosseguia pelo caudaloso Rio Uruguai, que tem mais de seiscentos metros de largura. A correnteza conduzia a Timbaúba com seus tribulantes de maneira rápida e segura ao seu destino.
    Ao anoitecer avistou-se a ilha das Antas e, logo após, o mestre Schüler apontou para a cabana perto da embocadura do ribeirão, dizendo: "Aqui está Porto Feliz." Tinham chegado ao seu local de trabalho.
     (continuação segue)

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