sábado, 19 de janeiro de 2013

REFUGIADOS (continuação)

          Continuação; fundação Porto Feliz.
      Mal esses se haviam retirado, os adversários do governo saíram dos seus esconderijos, cada vez mais atrevidos.  Angelo Serafini, o negociante mais ameaçado, segui o meu conselho e transferiu parte do seu estoque de mercadorias para Porto Feliz.  Como a situação se agravara, coube a mim, como inspetor de quarteirão, por ordem superior, guardar por seguidas noites a sua casa, com um pequeno grupo armado.
      Até que numa certa manhã apareceu, na margem oposta do rio, uma tropa de uns cento e cinqüenta homens.  Seu chefe trazia um lenço vermelho no pescoço, que mais parecia um avental, pois chegava até seus pés.  Abriu fogo contra o balceiro e seu filho de quinze anos que estava numa canoa  Ambos foram baleados, assim como também o pobre índio Brizido, que nunca fizera mal a ninguém.  O sugeito de lenço vermelho já estava sob a mira da minha espingarda de três canos, quando Angelo impediu o revide.  Realmente, seria loucura travar um combate com força muito superior às nossas.    (continuação segue)

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