Continuação-Fundação de Porto Feliz: (Arno Koelnn)
Em casa, minha mulher ouvira o tiroteio e já estava a par dos acontecimentos. Pôde ainda esconder, na mata próxima, os cavalos, as vacas e os objetos de maior valor que possuíamos, antes que os saqueadores invadissem o pátio. Pusseram o facão ao pescoço de minha mulher, perguntando: "onde está o Sr. Huberto? Nós haveremos de encontrar o maldito chimango e fazê-lo em pedaços..." Os meus filhos tremiam e choravam, agarrando-se à saia da mãe.
Os maragatos saquearam o que puderam, não poupando nem mesmo os brinquedos das crianças.
Após sua partida, eu conduziria o gado salvo a Porto Feliz, pondo-o em segurança. Minha família ficaria na casa dos Porsch, para onde um conhecido deveria levar as coisas que haviam escapado às garras dos maragatos.
Mas a canoa, sobrecarregada, virou na corredeira. Minha mulher, que seguia pela margem, aiunda ouviu o barulho e os altos lamentos e chamados dos canoeiros. E lá se ia o resto dos nossos bens.
Em junho de 1923, chegamos a Porto Feliz, com pouquíssimos bens materiais, mas com a corragem de trabalhar e de construir um novo lar na nova terra à margem do Uruguai. (continuação segue)
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